Vale Tudo remake: Odete Roitman terá o mesmo fim da versão original?

Vale Tudo remake: Odete Roitman terá o mesmo fim da versão original? set, 26 2025

Quando a Vale Tudo remake foi anunciada, a expectativa era simples: rever os clássicos diálogos, reviver os confrontos icônicos e, quem sabe, dar um toque moderno sem perder a essência. O que aconteceu, porém, foi uma reinvenção que mexeu até nos alicerces da trama de 1988. O ponto central dessa polêmica gira em torno da vilã Odete Roitman, agora interpretada por Débora Bloch, e da possibilidade de que seu final não seja mais o mesmo da versão original.

Mudanças nos personagens e nas motivações

Logo no primeiro capítulo, o elenco espelhado do original já mostrava sinais de divergência. Alexandre Nero, que no clássico interpretava Marco Aurélio – um executivo frio, obcecado por dinheiro e envolvido em uma batalha judicial por uma herança – foi reconfigurado como um pai adotivo emocionalmente ligado à pequena Sarita. Essa nova dinâmica pode impedir que o personagem fuja do país, como fez na história original, e abre espaço para desfechos mais familiares.

Outra surpresa vem de Milena (Juliane Trevisol), ex‑modelo que chega ao condomínio Tomorrow para revelar a Leila (Carolina Dieckmann) que Renato (João Vicente de Castro) havia feito vasectomia e não pretende assumir compromissos. Milena, sem aparecer na versão de 1988, traz à tona discussões sobre relacionamentos modernos que, apesar de relevantes, parecem forçadas ao enredo.

Esteban, interpretado por Caco Ciocler, também não existia na história original. Seu romance com Celina (Malu Galli) substitui o destino de viúva solitária que a personagem tinha. Porém, a felicidade recém‑descoberta de Celina é ameaçada quando Odete Roitman decide investigar o passado de Esteban, alegando suspeita de interesse apenas pela fortuna da irmã.

  • Marco Aurélio: de executivo ganancioso a pai adotivo solidário.
  • Milena: nova personagem que traz segredos sobre vasectomia e compromissos.
  • Esteban: namorado de Celina, suspeito de manipulação financeira.
  • Odete Roitman: ainda a vilã implacável, agora coadjuvada por novas intrigas.

Essas alterações criam um efeito dominó: ao mudar a motivação de um personagem, o roteiro tem que rearranjar alianças, traições e até mesmo a lógica dos conflitos. Isso se reflete na relação entre Odete e César (Cauã Reymond), que na versão original ainda não havia sido tão explorada.

Reação da crítica e implicações no desfecho da trama

Reação da crítica e implicações no desfecho da trama

Os críticos foram rápidos em apontar que muitas das inserções parecem mais “encher linguiça” do que aprofundar a história. Temas como tráfico de animais, dependência de jogos, diabetes, burnout e leucemia aparecem como subtramas avulsa, quase desconectadas do núcleo dramático. A crítica mais frequente: essas linhas narrativas são usadas apenas para gerar buzz nas redes sociais.

Um dos pontos mais comentados é a relação de Odete com César, que agora vive como um bilionário que dá conforto ao vilão, casa-se com um gigolô e o reconhece como herdeiro principal. A situação soa absurda para quem acompanhou o drama original, onde o poder e a crueldade de Odete eram seus traços mais marcantes. Essa nova postura pode transformar a vilã em uma espécie de anti‑heroína, o que, por sua vez, muda drasticamente o caminho que levaria ao seu “fim” tradicional.

Os confrontos entre Marco Aurélio e Odete, antes carregados de tensão, agora lembram mais cenas de comédia de erros, com diálogos forçados e reviravoltas que não condizem com o clima de suspense da trama original. Como resultado, a expectativa de um desfecho dramático – como o famoso assassinato de Odete ou sua prisão – parece cada vez mais distante.

Entretanto, nem tudo é negativo. Alguns espectadores apreciam a tentativa de atualizar questões sociais, como a luta contra o tráfico de animais ou a representação de doenças crônicas, algo impossível na produção de 1988. Esses elementos, quando bem amarrados, podem adicionar camadas ao universo de Vale Tudo, mas ainda dependem de uma escrita mais coesa.

Em síntese, a soma das mudanças — novos personagens, arcos alterados, temas secundários desconexos e reinterpretações de vilões — aponta para a probabilidade de que Odete Roitman siga um caminho diferente do que o público original conhece. Se a nova narrativa terminar com uma prisão, um acordo de poder ou até mesmo um recomeço inesperado, ainda não está definido, mas a direção já está clara: a trama escolheu se afastar da memorável sentença de “é tarde demais para mudar”.

20 Comentários

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    Alessandra Carllos

    setembro 29, 2025 AT 20:11

    Isso aqui não é remake, é um ato de violência cultural. Odete era o coração da trama, o espelho da hipocrisia brasileira. Agora ela virou uma mulher que se importa com dinheiro? Pode parar, gente. Isso não é evolução, é covardia. A original matou a vilã com um olhar. Aqui vão dar um abraço e mandar ela pro programa do Raul Gil.

    Quem assina essa mudança tá perdido. Não é modernizar, é apagar.

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    Vanessa St. James

    outubro 1, 2025 AT 07:32

    Eu entendo que querem atualizar, mas por que tirar o peso moral da Odete? Ela não era só má, ela era um sistema. O novo roteiro parece que tá tentando fazer dela uma vítima. E isso me deixa triste. Será que a gente só consegue entender vilãs se elas forem vulneráveis agora?

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    Don Roberto

    outubro 1, 2025 AT 16:42

    Odete morrendo de câncer e abraçando o Esteban? 😂🤣 Pode deixar que eu vou assistir só pra rir. E o Marco Aurélio virando pai de verdade? Tô vendo o elenco se esforçando pra fazer um drama e acabou virando um comercial de detergente.

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    Bruna Caroline Dos Santos Cavilha

    outubro 3, 2025 AT 11:57

    É interessante observar como a desestabilização da figura arquetípica da vilã - a mulher que opera o poder por meio da manipulação emocional e da ausência de empatia - reflete uma crise simbólica na narrativa televisiva contemporânea. A redução da Odete a uma personagem com traumas e dúvidas existenciais não é uma evolução, mas uma capitulação à psicologização excessiva que anula a dimensão trágica do mal. A original era uma tragédia grega em horário nobre. Essa? É um TED Talk com novelas.

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    Débora Costa

    outubro 4, 2025 AT 14:26

    Eu tô amando. A gente precisa de histórias que não sejam só vingança e ódio. Odete pode ser uma pessoa que erra, que busca redenção. E se ela descobrir que o dinheiro não traz paz? Isso é mais real do que um assassinato no último capítulo. Parabéns aos roteiristas por terem coragem.

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    wes Santos

    outubro 6, 2025 AT 07:19

    Mano, o que é isso? O Marco Aurélio virou pai de verdade? E a Odete tá se tornando a mãe da cidade? Tô com medo de ver ela dando aula de yoga no condomínio depois. A gente queria o vilão, não o terapeuta. Por favor, volta a versão de 88, por amor de Deus!

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    Paulo Guilherme

    outubro 6, 2025 AT 21:58

    Essa mudança na Odete não é sobre o personagem - é sobre nós. Nós não queremos mais vilãs que nos assustam. Queremos vilãs que nos consolam. A original nos dizia: o mal existe, e ele é poderoso. Essa nova versão nos diz: o mal é só uma ferida que precisa de amor. E talvez... talvez isso seja o mais triste de tudo. Porque a verdade é que nem todo mal pode ser curado. E às vezes, o mais honesto é deixar ele morrer sozinho.

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    Yelena Santos

    outubro 7, 2025 AT 07:58

    Eu acho que o público tá dividido. Tem gente que quer a mesma história, e tem gente que quer algo novo. O problema é que o roteiro não escolheu um lado. Ele tentou ser os dois e acabou sendo nenhum. Mas ainda assim, a atuação da Débora Bloch é impecável. Ela tá levando isso a sério, e isso merece respeito.

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    Vanessa Irie

    outubro 7, 2025 AT 12:31

    Se a gente permite que a vilã mais icônica da TV brasileira seja transformada numa personagem de autoajuda, então não podemos mais reclamar da falta de profundidade na cultura. Isso não é arte. É marketing. E o pior: é marketing que se vende como revolução. Isso é uma traição.

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    Mariana Basso Rohde

    outubro 9, 2025 AT 05:56

    Odete agora é tipo a vilã que descobre que o Instagram é um vazio e decide mudar de vida. E o Marco Aurélio virou o pai que leva a filha pra escola e faz pão de queijo? Tô esperando o final com ela fazendo um podcast chamado 'Vida Real Após o Mal'.

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    Ana Larissa Marques Perissini

    outubro 10, 2025 AT 23:53

    Essa mudança é uma conspiração da Globo pra deslegitimar a cultura da década de 80. Eles sabem que Odete era um símbolo, então eles a matam simbolicamente primeiro. Depois vão fazer remake de Tieta, e a vilã vai virar uma ambientalista que planta árvores. E a gente vai achar normal. Isso é lavagem cerebral. Eles não querem que a gente se lembre do poder da maldade. Querem que a gente se acostume com o banal.

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    Jéssica Ferreira

    outubro 11, 2025 AT 19:00

    Eu acho que isso é uma chance de crescer. A Odete pode ser mais complexa, não só má. Ela pode ter sido ferida, e isso não tira o que ela fez, mas explica. E talvez, só talvez, o público precise disso agora. Não é sobre perdoar, é sobre entender. E entender não é fraqueza. É coragem.

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    Rogério Perboni

    outubro 12, 2025 AT 08:16

    Essa versão é uma vergonha nacional. O que aconteceu com a tradição? A original era uma obra-prima. Agora é um amontoado de temas sociais mal costurados e personagens que parecem saídos de um curso de marketing digital. Isso não é arte, é lixo com orçamento de Hollywood.

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    Fernanda Dias

    outubro 13, 2025 AT 13:10

    Se a Odete não morre no final, então o que a gente tá assistindo? Um conto de fadas? Uma comédia romântica com tráfico de animais? A gente não quer uma versão mais gentil. A gente quer a verdade. E a verdade é que o mal, quando é puro, não se redime. Ele se destrói. E isso é o que a original fez. Essa? Só faz propaganda de terapia.

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    Liliane oliveira

    outubro 14, 2025 AT 06:49

    Alguém percebeu que todos os novos personagens têm algo a ver com dinheiro? Milena com vasectomia, Esteban com fortuna, César com herança... e Odete investigando tudo? Isso não é coincidência. É uma metáfora. A Globo tá nos dizendo que o capitalismo já venceu. Tudo é negócio. Até o mal. E a Odete? Ela só tá tentando manter o negócio. Ela não é vilã. Ela é a economia.

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    Caio Rego

    outubro 15, 2025 AT 14:34

    Essa mudança na Odete é a morte da narrativa clássica. A original era uma tragédia. Essa é uma série de Netflix com 12 temporadas e um spin-off sobre a filha da Milena. O que era um mito virou um produto. E o público? O público tá feliz por ter uma vilã que chora. Mas isso não é humanização. É banalização. E a gente tá cedendo. E isso é pior do que qualquer morte.

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    joseph ogundokun

    outubro 16, 2025 AT 11:18

    É importante notar que a alteração da trajetória de Odete reflete uma mudança epistemológica na representação do antagonista na mídia: de entidade moralmente absoluta para sujeito psicologicamente complexo. Isso não é necessariamente negativo - mas exige coesão narrativa, que está ausente. A introdução de temas como diabetes e burnout, sem desenvolvimento estrutural, fragmenta a narrativa. A solução? Retornar ao arcabouço dramático original, com atualizações sutis - não substituições radicais.

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    Luana Baggio

    outubro 16, 2025 AT 22:41

    Eu sei que tá difícil pra quem ama a versão antiga, mas acho que a gente precisa deixar espaço pra novas leituras. A Odete pode ser cruel, mas também pode ser humana. E talvez, só talvez, isso faça a história durar mais. Porque o que é eterno não é o fim, é a discussão que ela deixa.

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    Lilian Hakim

    outubro 17, 2025 AT 20:01

    Se você ama a original, não jogue fora essa nova. Veja como um diálogo entre gerações. A Odete de 88 era o reflexo do Brasil da época. A de agora é o reflexo do que a gente quer ser. Não é melhor. Não é pior. É diferente. E isso não é traição - é evolução.

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    Alessandra Carllos

    outubro 17, 2025 AT 21:03

    Você fala em evolução? Evolução é quando você melhora o que já é bom. Não é quando você transforma um leão em um gatinho de pelúcia e chama de 'progresso'. A Odete original não precisava de terapia. Ela precisava de um fim digno. E o que a gente tem? Um final de novela de 2008 onde todos se abraçam e a vilã vira coach de vida. Isso não é arte. É desespero.

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