Teste de alerta da Defesa Civil assusta Belém e prepara Norte

Quando Defesa Civil do Pará disparou o Alerta de Defesa Civil na tarde de , moradores de Belém ficaram de cabelo em pé. O teste, que também alcançou Tucuruí, Parauapebas e Paragominas, marcou a fase final antes do lançamento oficial, previsto para 24 de setembro.
Contexto da implantação do DCA no Norte
A iniciativa nasce de um programa nacional criado pela Defesa Civil Nacional e desenvolvido pela Anatel, em parceria com o Ministério das Comunicações. O objetivo? Avisar população em tempo real sobre enchentes, incêndios e outras emergências, usando a tecnologia Cell Broadcast Service (CBS) que alcança smartphones via redes 4G e 5G.
A cobertura do Norte começou em 2024, mas só agora a maioria das 28 cidades da Região participou de um exercício simultâneo. Entre elas, cidades do Amapá, Amazonas, Acre, Roraima, Tocantins e Rondônia também receberam a mensagem.
Detalhes do teste de 20 de setembro
O Teste de alerta da Defesa CivilBelém começou poucos minutos antes das 16h. Um som agudo, parecido com sirene de ambulância, acompanhou uma mensagem de texto explicando o procedimento recomendado.
Segundo Col. QOBM Jayme de Aviz Benjó, comandante geral da Polícia Militar e coordenador estadual de Defesa Civil, "essa tecnologia representa um salto qualitativo na proteção da população".
Já Walter Carvalho, coordenador de Defesa Civil em Parauapebas, comentou: "A demonstração foi um sucesso. Uma ferramenta que ajudará a antecipar e responder mais rápido a qualquer desastre".
O alerta foi enviado sem necessidade de cadastro prévio, gratuito e, o mais curioso, disparava o som mesmo se o telefone estivesse no modo silencioso – contanto que o aparelho fosse compatível com as redes modernas.
Reações dos moradores
Na capital, residentes relataram que o aparelho vibrou, o toque soou como um alarme de incêndio e a tela exibia a palavra "ATENÇÃO" em letras vermelhas. "Fiquei com o coração na mão, pensei que fosse um terremoto", contou Maria Silva, do bairro Marco, ao G1.
Em Parauapebas, o clima foi de curiosidade. “Muitos acharam estranho, mas depois ninguém tem mais dúvidas sobre como funciona”, disse João Pereira, lojista local.
Alguns críticos apontaram que, em áreas com cobertura de rede ainda limitada, o alerta pode não chegar. O coordenador estadual de Defesa Civil, identificado apenas como Magalhães, orientou: "Mantenham a calma, leiam a mensagem e sigam as instruções. O sistema está sendo testado para garantir que funcione mesmo nas condições mais adversas".

Análises de especialistas e perspectivas futuras
Especialistas em gestão de riscos enfatizam que a eficácia de sistemas de alerta depende tanto da tecnologia quanto da educação da população. A professora Ana Torres, da Universidade Federal do Pará, observa: "Sem entender o que aquele som significa, a gente corre o risco de gerar pânico ou, pior, ignorar o alerta".
Para garantir o engajamento, o Ministério das Comunicações está preparando campanhas de sensibilização nas escolas e em rádios locais, acreditando que a mensagem precisa ser repeatida até se tornar rotina.
Empresas de tecnologia também tiveram papel central. O Google e a Apple, em conjunto com a ABINEE, adaptaram seus sistemas operacionais para que o alerta apareça como notificação de alta prioridade, independentemente das configurações de áudio.
Próximos passos e expansão nacional
Com o sucesso do teste, a Defesa Civil do Pará pretende transferir o controle operacional para as defensorias municipais ainda este ano, depois de concluído treinamento intensivo para equipes locais.
O cronograma nacional prevê que, até 1º de outubro de 2025, a Região Centro-Oeste será a última a entrar em operação, completando a cobertura em todo o território brasileiro.
Se tudo correr como planejado, a partir de 2026 o sistema já estará integrado com outras plataformas de emergência, como o alerta meteorológico do INMET e o Sistema de Alerta de Incêndios Florestais da esfera estadual.
Frequently Asked Questions
Como o alerta chega em celulares que estão no modo silencioso?
O sistema usa um canal de transmissão prioritário (Cell Broadcast) que ignora as configurações de áudio do aparelho. Assim, o som de sirene é reproduzido mesmo que o usuário tenha ativado o modo silencioso, garantindo que a mensagem seja ouvida.
Quem foi o responsável técnico pela implementação do DCA no Pará?
A liderança ficou a cargo da Col. QOBM Jayme de Aviz Benjó, coordenador estadual de Defesa Civil, em parceria com a Anatel e o Ministério das Comunicações.
Qual a diferença entre alerta severo e alerta extremo?
O alerta severo indica que há tempo suficiente para que a população se prepare, como buscar abrigo ou proteger bens. Já o alerta extremo é acionado quando a situação requer evacuação imediata, como em deslizamentos ou enchentes repentinas.
Quais cidades da Região Norte participaram do teste de 20/09/2025?
Além de Belém, Tucuruí, Parauapebas e Paragominas, participaram cidades de Amapá (Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Tartarugalzinho), Amazonas (Manaus, Manacapuru, Novo Airão e Iranduba), Acre (Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Brasiléia e Jordão), Roraima (Boa Vista, Amajari, Bonfim e São João da Baliza), Tocantins (Palmas, Araguaína, Gurupi e Talismã) e Rondônia (Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena).
Quando o sistema estará disponível em todo o Brasil?
A cobertura nacional deve se consolidar em 1º de outubro de 2025, quando a Região Centro-Oeste entrar em operação, completando assim a implementação em todo o território brasileiro.