Globoplay traz 6 novelas turcas que conquistam o Brasil

Diego Almeida, repórter do O TEMPO, escreveu em 12 de outubro de 2025 que o Globoplay, braço de streaming do Grupo Globo, está apostando forte em novelas turcas. A iniciativa já rendeu mais de 2 milhões de visualizações em apenas três meses, e o público brasileiro parece não se cansar das tramas cheias de romance, intriga e drama. A reportagem destaca seis títulos que agora fazem parte do catálogo, cada um trazendo um tempero diferente ao prato que já é sucesso mundial.

O fenômeno das novelas turcas no Brasil

Não é coincidência que, nos últimos cinco anos, o Brasil tenha se tornado um dos maiores mercados latino‑americanos para as produções da Turquia. Primeiro, a Netflix fez uma ponte, oferecendo hits como "Fatmagül" e "Kara Sevda". Depois, o Globoplay chegou com "força total", adquirindo direitos de séries premiadas e investindo em legendas de qualidade.

Segundo o estudo da Nielsen Brasil divulgado em junho de 2025, o consumo de conteúdo turco subiu 84 % entre janeiro e maio, superando até mesmo o volume de séries coreanas nas mesmas plataformas. O motivo, segundo analistas, vai além do visual impecável: são histórias que falam de amor proibido, laços familiares e dilemas morais de um jeito que ressoa com a cultura brasileira.

Os seis títulos que dominam o catálogo

Dolunay (Lua de Mel) abre a lista. A comédia romântica de 26 episódios, lançada na Turquia em 2017, tem nota IMDb de 7,5/10. No papel‑principal, Can Yaman interpreta Ferit, um empresário rico e arrogante, enquanto Özge Gürel vive Nazlı, estudante de gastronomia que aceita ser chef particular. "A química entre eles é explosiva", comentou Almeida, citando críticas da imprensa turca.

Em seguida, Ramo: Entre o Amor e o Poder mergulha no mundo dos contrabandistas. Ramo, líder de um clã, se vê dividido entre a lealdade à família e o amor por Sibel, filha de seu maior rival. O drama policial‑romântico acumula 8,2 % de participação em horários nobres do Globoplay.

Jogos do Destino traz Ada, uma mulher que luta contra um destino já traçado. Quando seu chefe, Bora, entra na história, ela precisa escolher entre o passado e novas possibilidades. A série tem 44 episódios e já recebeu elogios por retratar a força feminina.

Amor e Honra acompanha Yasemin, órfã que cuida do irmão com deficiência enquanto sonha em cursar Direito. Seu caminho cruza com Cem, um empresário marcado por traumas. A produção tem 52 episódios e gera discussões sobre inclusão social nas redes.

O épico Hercai: Amor e Vingança (69 episódios) narra a saga de Miran Aslanbey, que planeja se vingar da família rival ao se casar com Reyyan Şadoğlu. O plano, porém, se desfaz quando o amor surge. Em 2025, as visualizações dobraram em relação ao ano anterior, segundo o relatório interno do Globoplay.

Por fim, Mãe – série de 33 episódios no catálogo – foca na professora Zeynep (interpretada por Cansu Dere) que protege a aluna Melek, vítima de negligência doméstica. Com nota IMDb de 7,6, a trama tem sido citada em debates sobre direitos infantis nos fóruns online brasileiros.

Recepção do público brasileiro

O pódio de audiência mostra que as produções com romance intenso (Dolunay, Hercui) ultrapassam em média 1,2 milhão de visualizações por episódio, enquanto dramas sociais (Mãe, Amor e Honra) mantêm uma base fiel de cerca de 800 mil espectadores. Nas redes, hashtags como #DolunayNoGloboplay e #HercaiBrazil ultrapassam 300 mil menções combinadas.

Especialistas de mídia apontam que a combinação de produção de alta qualidade, trilha sonora marcante e diálogos que misturam humor e drama cria um “efeito binge‑watch” que prende o usuário por horas. "É o mesmo apelo que vemos nas novelas da Globo, mas com um toque exótico", explicou Mariana Soares, consultora de conteúdo da Nielsen.

Opiniões de críticos e especialistas

"As novelas turcas trazem um ritmo mais rápido que as tradicionais novelas brasileiras, o que agrada a geração Z", disse o crítico cultural Carlos Alberto, do jornal Folha de S. Paulo. Já a professora de Sociologia da UFRJ, Ana Lúcia Ribeiro, destaca que séries como Mãe ajudam a colocar em pauta temas como abuso infantil e adoção informal, muitas vezes ausentes na TV aberta.

Por outro lado, alguns analistas alertam para a saturação. "Se o catálogo crescer sem curadoria, pode haver perda de qualidade e o público pode migrar para outras plataformas", alertou o analista de mercado João Peixoto, da Iporanga Research.

Perspectivas para o futuro

O Globoplay já sinalizou novas aquisições para 2026, incluindo dramas históricos e comédias românticas. A estratégia parece focada em diversificar o portfólio, mantendo a fórmula de sucesso: histórias universais, produção de alto padrão e protagonistas carismáticos.

Enquanto isso, a demanda do público brasileiro indica que as novelas turcas ainda têm muito chão para percorrer. "É provável que vejamos mais coproduções entre Brasil e Turquia nos próximos anos", sugeriu Almeida, fechando sua matéria com otimismo.