Fabrício Werdum revela cisto cerebral inoperável e disputa acordo de US$ 375 mi com UFC
set, 29 2025
Quando Fabrício Werdur, ex‑campeão peso‑pesado do UFC, abriu o jogo sobre um cisto cerebral inoperável, a comunidade do MMA sentiu um calafrio. O desabafo chegou durante a ação coletiva antitruste que movimenta US$ 375 milhões e tem como juiz o Richard Boulware, responsável por adiar o julgamento para 3 de fevereiro de 2025. Além de Werdur, Lyoto Machida e outros 50 lutadores ainda defendem a continuidade do processo, temendo que um acordo silencioso deixe feridas não reconhecidas.
Contexto da ação antitruste contra o UFC
A disputa começou em 2014, quando Cung Le e outros ex‑competidores entraram com um processo alegando práticas restritivas de mercado por parte do UFC. Em 2023, a promotora apresentou um acordo de US$ 335 milhões mais um adicional de US$ 40 milhões para fechar o caso, totalizando US$ 375 milhões. O juiz Richard Boulware rejeitou a proposta, alegando que os termos eram insuficientes para reparar os danos cumulativos sofridos pelos atletas.
Diagnóstico de Werdur: cisto cerebral e CTE
Em depoimento detalhado, Werdur descreveu um histórico de múltiplas concussões ao longo de sua carreira, que culminou em sintomas típicos de encefalopatia traumática crônica (CTE). Ele mencionou irritabilidade, ansiedade, insônia e perda de memória como sinais persistentes. "Tenho muitas lesões e cicatrizes no cérebro e um cisto localizado centralmente, tornando a cirurgia impossível até o momento", afirmou o ex‑campeão, que realiza exames de imagem a cada seis meses para monitorar o crescimento da lesão.
Reações dos lutadores e o impasse judicial
Dezessete grupos de atletas, incluindo Werdur e Lyoto Machida, se opõem ao acordo, argumentando que ele "não cobre adequadamente os custos médicos e o impacto na qualidade de vida". Já 57 lutadores apoiam a proposta, temendo que um julgamento prolongado os deixe sem recursos imediatos. Entre os que ainda não se posicionaram, está Wanderlei Silva, que também luta contra problemas neurológicos.
Impacto financeiro e planos pessoais
Werdur admitiu que o dinheiro na mesa poderia transformar sua realidade: "Isso seria um recurso que mudaria a minha vida e a da minha família, permitindo terminar a construção da nossa casa no Brasil". O atleta, que mora entre São Paulo e Orlando, tem investido em fisioterapia e acompanhamento neuropsicológico, mas ainda não encontrou tratamento eficaz para a CTE.
Retorno ao octógono e desistência
Em 2024, Werdur anunciou um retorno à competição pela recém‑criada Global Fight League (GFL), motivado por uma possível luta contra Frank Mir. Contudo, a aposentadoria inesperada de Mir fez o brasileiro perder a motivação, levando-o a desistir da volta ao cage. "Frank Mir era a razão da minha volta. Quando ele saiu, eu também saí", declarou Werdur no podcast "Mundo da Luta".
O que vem a seguir?
Com a nova data de julgamento marcada para 2025, a expectativa é que mais documentos médicos sejam apresentados, possivelmente revelando outras lesões graves entre os lutadores. Especialistas em saúde esportiva alertam que a falta de protocolos de prevenção no MMA pode aumentar o número de casos de CTE nos próximos anos.
Frequently Asked Questions
Como a lesão cerebral de Werdur pode impactar outros lutadores?
O caso de Werdur coloca em foco a frequência de lesões cerebrais ocultas no MMA. Se o juiz aceitar um acordo que inclua cobertura médica ampliada, outros atletas podem ter acesso a exames regulares e tratamentos que hoje são caros ou inexistentes.
Qual a diferença entre CTE e concussão única?
Concussões isoladas geralmente causam sintomas temporários que desaparecem em dias ou semanas. A encefalopatia traumática crônica (CTE) surge após repetidas concussões, provocando degeneração cerebral progressiva, com memória comprometida e alterações de humor.
Por que o acordo proposto pelo UFC foi rejeitado?
O juiz Richard Boulware considerou que o valor total de US$ 375 milhões não era suficiente para cobrir indenizações futuras, especialmente considerando a gravidade das lesões neurológicas e a possibilidade de novos casos surgirem.
O que pode acontecer se o caso for levado a julgamento?
Um julgamento poderia estabelecer precedentes legais para compensação de lesões em esportes de contato, mas também arriscaria prolongar o processo por anos, deixando atletas sem recursos financeiros enquanto os tribunais decidem.
Qual é a situação atual da GFL?
A Global Fight League continua em fase de montagem, buscando atletas disponíveis. O cancelamento da volta de Werdur atrasou o plano de estreia, mas a promotora mantém outras lutas em negociação para 2025.
Daniel da Silva
setembro 30, 2025 AT 05:54Essa merda do UFC é uma fábrica de lixo humano. Eles enchem os caras de porrada e depois jogam no lixo quando não servem mais. Werdum merece muito mais que esse dinheiro de mísera!
Mariane Michaud
outubro 1, 2025 AT 08:27meu coração dói tanto lendo isso 😭 Werdum é um guerreiro de verdade, tipo um herói de quadrinho que ninguém vê, mas que carrega o mundo nas costas... se ele conseguir esse dinheiro, pode construir não só a casa, mas um centro de reabilitação pra outros lutadores 💪❤️
Jeferson Junior
outubro 2, 2025 AT 11:51É indispensável ressaltar, com a máxima clareza e seriedade, que a situação apresentada por Fabrício Werdum representa um caso emblemático, de extrema gravidade, que exige, de forma urgente, uma revisão profunda e estrutural dos protocolos de saúde no esporte de combate.
Raquel Moreira
outubro 3, 2025 AT 04:51CTE não é apenas 'dor de cabeça depois do treino'. É uma neurodegeneração progressiva, diagnosticável por autópsia, mas com sintomas clínicos como depressão, impulsividade e perda de memória episódica. Werdum está descrevendo exatamente o quadro. Isso é ciência, não drama.
Pedro Lukas
outubro 4, 2025 AT 02:06Eu acredito que o Werdum é um exemplo de coragem... ele não está pedindo esmola, ele está pedindo justiça... e se esse dinheiro ajudar ele e outros, então é o mínimo que o UFC pode fazer... vamos torcer por ele, hein? 🙏💪
Marcelo Araujo Silva
outubro 5, 2025 AT 22:39UFC é uma empresa americana que explora o povo brasileiro. Werdum é um herói nacional e eles querem calar ele com um cheque. Não aceitamos isso. O Brasil não é mercadoria.
Marcus Swedin
outubro 7, 2025 AT 11:01Werdum é um dos maiores do MMA... e esse cisto... 😔 isso me deixou sem palavras... se ele conseguir esse dinheiro, pelo menos que ele possa viajar pra fora, procurar tratamentos novos... tem gente no Japão e na Alemanha com pesquisas incríveis... 🤞🩺
leandro de souza
outubro 7, 2025 AT 19:59Se ele não soube se cuidar, que se dane. Luta é assim: bate, leva, e se fode. Se ele não teve cérebro pra entender o risco, não adianta chorar agora. E ainda quer US$375 milhões? Criança de 5 anos sabe que MMA é perigoso.
eliane alves
outubro 8, 2025 AT 18:26É curioso como a sociedade valoriza o corpo como mercadoria, até que ele se quebre - aí, de repente, viramos moralistas, mas ninguém se lembra de que o esporte foi construído sobre o sofrimento silencioso de homens que não tinham alternativa. Werdum não é um herói, ele é um símbolo da contradição entre o sonho e a exploração.
Dayse Natalia
outubro 9, 2025 AT 14:10Eu não conhecia o caso dele, mas agora fiquei com um nó na garganta. Não é só dinheiro, é dignidade. Eles não veem os lutadores como pessoas. Só como máquinas.
Jeferson Junior
outubro 9, 2025 AT 18:38Observo, com profunda atenção, que a declaração do Sr. Leandro de Souza, embora aparentemente provocativa, revela uma falácia lógica grave: a confusão entre consentimento informado e exploração sistêmica. O fato de um atleta saber que o esporte é perigoso não justifica a ausência de proteção estrutural por parte da organização que lucra com seu corpo.